sábado, 17 de julho de 2010

Lição 3 Escola Dominical


A Lição 3 deste trimestre destaca a atividade profética e suas implicações políticas e sociais. Como o título já sugere, os profetas não estavam alienados das grandes questões de sua época. Esse tipo de posicionamento nos remete a seguinte pergunta: Em sua função profética, os pregadores, ensinadores e a Igreja nos dias atuais estão cumprindo o seu papel, denunciando o pecado e declarando a vontade de Deus para uma sociedade onde a injustiça, a violência, a exploração, a fome, a corrupção e outros males prevalecem?
PLANO DE AULA
1. OBJETIVOS DA LIÇÃO (Extraídos da Lição Bíblica-CPAD)-Explicar o papel político e social da profecia.-Conhecer a relação do profeta com a questão de ordem social da nação.-Conscientizar-se de que a Igreja tem o mesmo princípio profético de denunciar as injustiças, amparando os injustiçados.2. CONTEÚDO Texto Bíblico: Jr 34.8-11, 16, 16 O QUE É POLÍTICA Quando o assunto é política, a primeira coisa que vem na mente de muitos crentes são as questões pertinentes às eleições, candidatos, governos, câmaras, assembleias legislativas, senado etc. Acontece que política é algo bem mais amplo que isso, embora essas coisas estejam inclusas.Conforme a Wikipédia:
Política denomina arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados; aplicação desta arte aos negócios internos da nação (política interna) ou aos negócios externos (política externa). Nos regimes democráticos, a ciência política é a atividade dos cidadãos que se ocupam dos assuntos públicos com seu voto ou com sua militância.
A palavra tem origem nos tempos em que os gregos estavam organizados em cidades-estado chamadas "polis", nome do qual se derivaram palavras como "politiké" (política em geral) e "politikós" (dos cidadãos, pertencente aos cidadãos), que estenderam-se ao latim "politicus" e chegaram às línguas européias modernas através do francês "politique" que, em 1265 já era definida nesse idioma como "ciência do governo dos Estados".
O termo política é derivado do grego antigo πολιτεία (politeía), que indicava todos os procedimentos relativos à pólis, ou cidade-Estado. Por extensão, poderia significar tanto cidade-estado quanto sociedade, comunidade, coletividade e outras definições referentes à vida urbana.
Como se pode observar, o cristão e a Igreja não podem viver desassociados, indiferentes e alienados às questões políticas, pois é num ambiente político onde nascemos, crescemos, estudamos, trabalhamos, casamos, convivemos etc.O QUE É JUSTIÇA SOCIAL ?A justiça social busca o bem comum, através de ações que visão suprimir toda forma de injustiça na vida em sociedade.Conforme a Wikipédia:O termo justiça (do latim iustitia, por via semi-erudita), de maneira simples, diz respeito à igualdade de todos os cidadão. É o principio básico de um acordo que objetiva manter a ordem social através da preservação dos direitos em sua forma legal (constitucionalidade das leis) ou na sua aplicação a casos específicos (litígio).
Sua ordem máxima, representada em Roma por uma estátua, com olhos vendados, visa seus valores máximos onde "todos são iguais perante a lei" e "todos têm iguais garantias legais", ou ainda, "todos têm iguais direitos". A justiça deve buscar a igualdade entre os cidadãos.
Para a Igreja, a lei maior e os princípios para a aplicação da verdadeira justiça se encontram na Bíblia Sagrada, que é a Palavra de Deus.Sobre justiça social:Parece ter sido o filósofo social neo-escolástico Luiz Taparelli, falecido em 1862, quem pela primeira vez usou a expressão justiça social e que foi adotada pela Igreja. [...] A expressão hoje é do domínio público, mas sua definição depende da concepção político-econômica de cada autor. Há tanta dificuldade em defini-la quanta existe para definir o bem comum, que é o elemento fundamental de qualquer doutrina de justiça social. A noção econômica de justiça social é a mais difundida: justa distribuição da renda ou riqueza, de acordo com as necessidades e a capacidade das pessoas; aumento do nível de renda das massas; diluição progressiva das diferenças de classe; fazer com que um número cada vez maior de pessoas participe da propriedade dos meios de produção e do consumo de bens. Questão totalmente diferente, é saber qual o melhor regime político para atingir a justiça social: pode haver mais justiça social em regimes de força do que em democracias desorganizadas ou puramente formais. (Fonte: UJE Brasil)Diante das definições ou conceitos acima, entendemos como cristãos que somos, que o melhor regime político para atingir a justiça social é aquele que aplica os fundamento norteadores da Palavra de Deus. Dessa forma, os poderes legislativo, judiciário e executivo das sociedades deveriam ter como fundamentos para a criação de leis, para as decisões judiciais e para um governo realmente justo, os princípios das Sagradas Escrituras.PROFETAS, PROFECIA, POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL Como já coloquei na introdução, percebe-se claramente nas Escrituras que a função profética nunca esteve alienada das questões de ordem social, que buscam o entendimento e a aplicação da justiça, visando o bem maior para cada indivíduo numa sociedade e para esta sociedade como um todo.Os profetas e as profecias não se limitam a falar sobre "as coisas do céu" ou sobre o futuro glorioso de povo de Deus. Eles estão comprometidos com o bem do povo de Deus e da humanidade aqui e agora.O profeta de Deus é também porta-voz de uma mensagem que anuncia, denuncia e alerta diante de situações presentes e conhecidas. Ele tem a mente iluminada por Deus, que lhe possibilita uma tomada de consciência, um forte senso de justiça e o conhecimento dos grandes dilemas do seu povo e do seu tempo. Ele é alguém com quem Deus pode contar e usar para proclamar a sua mensagem.O profeta de Deus tem consciência que a sua vocação, comissão, sustento, segurança, autoridade e mensagem provém do Senhor. Ele não está livre de temores, mas buscará superar a si mesmo, suas limitações, paixões e fraquezas, confiando e contando com a ajuda de quem o separou desde o ventre de sua mãe (Jr 1.5; Sl 139.16; Gl 1.15).MONARQUIA EM ISRAEL, PROFETAS E PROFECIAS Com o advento da monarquia em Israel, a atividade e a mensagem profética com fins políticos e de justiça social foi algo bastante evidente.No campo político, a confiança dos governantes no Poder temporal em substituição ao Senhor, fez com que as práticas abaixo fossem abertamente e contundentemente denunciadas e combatidas pelos profetas:- A difusão da idolatria cultual por conveniência política;- O casamento de reis com mulheres ímpias e idólatras, também por conveniência política;- As guerras injustas;- A divinização do rei (ungido intocável e absoluto) e manutenção a todo custo do "status quo" político, ou seja, de deixar as coisas como estão;- O culto ou confiança no poderio militar- O culto ou confiança aos grandes impérios, como os quais Israel fez alianças políticasAs questões acima estiveram presentes, por exemplo, na mensagem de Oséias (7.8,11; 12.1-2) e de Isaías (30.1-2; 31.1).Sobre as questões econômicas e sociais que promoviam a injustiça social, foram denunciadas e combatidas as seguintes práticas:- A substituição do Senhor pelas riquezas- A ganância- O suborno recebido pelo juiz- A exploração dos trabalhadores para a manutenção do luxo no palácio, do rei e da corte- A concentração de riquezas nas mãos de poucos- O empobrecimento da maioria da população- A administração fraudulenta- A impunidade- A violência- A opressãoContra estas coisas foram levantados e falaram claramente, por exemplo, Amós (8.4-6), Isaías (1.15, 21-31; 3.16-17), Miquéias (2.1-2), Jeremias (34.8-11, 16, 17).IGREJA, POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL Em sua função profética, como pastores, pregadores, ensinadores e a Igreja estão se posicionando diante dos dilemas sociais de nossa época? Tenho algumas considerações, muitas delas já conhecidas de meus leitores e tratadas em outras postagens neste blog.Penso que algumas questões graves contribuem para que pastores, pregadores, ensinadores, líderes cristãos em geral e algumas igrejas silenciem diante das injustiças sociais em nossos dias.Muitos profetas e a atividade profética da igreja está comprometida nos dia atuais por diversas questões, onde cito aqui algumas delas:- Com a institucionalização da igreja, dentro da própria igreja observamos a prática da injustiça, quando algumas lideranças exploram os dízimos dos pobres (dos ricos também) para manter o seu luxo palaciano. Há líderes que deixam de investir no socorro aos necessitados, na educação e na evangelização para que sobre dinheiro para a compra de carros e apartamentos, apartamentos, mansões, fazendas, aviões etc. Outros investem timidamente nestas obras, para tentar passar uma falsa imagem ou mascarar a realidade. Volto a repetir que um líder deve viver dignamente, mas não deve destoar absurdamente da realidade social e econômica de sua comunidade cristã. Não sou apologista da mendicância, nem da ostentação luxuosa desnecessária e extremamente vaidosa;- Pastores, pregadores, ensinadores e outras lideranças fazem a cada eleição alianças com candidatos e políticos corruptos, ladrões, devassos e arrogantes. Se vendem e negociam o voto da igreja em troca de favores como terrenos, comissões, cargos para familiares, parentes e amigos, ajuda para realização de festividades ou obras. Nestas questões, há uma verdadeira promiscuidade em nossos dias. Ao fazerem tais alianças, este líderes ou igrejas perdem a sua autoridade profética, visto que tal autoridade está associada à nossa integridade moral e princípios;- Algumas de nossas organizações (escolas, universidades, faculdades, convenções estaduais, regionais e nacionais de igrejas e ministros, etc.) deixaram de ser relevantes, existindo atualmente para basicamente servir para distribuição de cargos, ser fonte de vantagens financeiras, privilégios, roubos, extorsões, esquemas, fraudes, corrupções, promotoras de brigas, facções, dissensões e de escândalos internos e externos, locais, regionais e nacionais. Os que tem acesso às provas desta realidade se omitem, geralmente, por terem sidos ou por serem beneficiados de alguma forma pela situação.Dessa forma, pode-se entender o silêncio profético de muitos para com as questões políticas e sociais de nossa época.Não dá para confrontar Acabe (os líderes políticos de fora e os líderes "políticos" e religiosos de dentro) quando se compactua do seu pecado, ou quando se teme perder o emprego, o salário, algum cargo ou função alcançada, ou ainda a perda de oportunidades, convites ou agendas. Tal postura é covarde e mercenária. Precisamos seguir o exemplo de Micaías (1 Rs 22.13-14).Não dá para denunciar o "pecado de Herodes" (Mt 14.3-12) quando se senta na mesa com "Herodes" para negociar ou buscar favores ilícitos ou imorais. É interessante lembrar que nem sempre legalidade é sinônimo de moralidade.Apesar do momento crítico, o ministério profético na Igreja voltado para as questões políticas e sociais não será extinto. Tenho viajado por este Brasil e conhecido muitas lideranças e instituições sérias, honestas e ainda comprometidas com o bem comum, com a justiça social e com os princípios e prioridades do Reino de Deus.Sempre haverá um profeta (ou profetas) no campo, nos grandes centros urbanos e nos palácios prontos para serem convocados, capacitados e usados pelo Senhor.Ele pode contar com você?3. MÉTODOS E ESTRATÉGIAS DE ENSINO
Fale aos alunos sobre as grandes questões políticas e sociais de nossa época, fazendo um paralelo com as questões e ministério profético nos tempos bíblicos, para depois discutir a atividade profética e o discurso profético em nossos dias associados a esses temas.
Comentario( Pr.Altair Germano)

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